"(...) Não sou mulher de
rosas. Já disse de saída, no primeiro encontro, nem recordo a razão. Mas disse,
naquele meu velho estilo metralhador de moços com olhos de promessa. Eu não
queria ser mais uma na sua cama, por isso disse não gostar de rosas, tampouco
das vermelhas, pra me afastar da obviedade do amor. Não sabia como, mas queria
que você me notasse diferente de todas as outras."
Pois é galerinha, é assim que
o meu queridinho Gabito Nunes já vem chegando em seu novo livro,”Não sou mulher
de Rosas”, rasgando a gente sem anestesia. Pois é esse livro superou as minhas
expectativas e é tão bom e bem escrito que o seu primeiro, e o melhor mais
cortante que nunca!
Um livro delicioso que fala
que vai às profundezas da contradição feminina, e faz dos leitores
protagonistas, como se fosse um relato das vezes que fomos e somos impedidos de
dizer sobre o amor, seja por escassez de tempo, palavras, coragem ou indecisão.
Crônicas de pensamentos rebeldes, firmes, inseguros, desabafos daqueles que não
dizemos a ninguém, enfim, todo o desvario que o amor causa.
O mais perfeito do livro,
além do preço (R$32,00), é a perguntinha que fica ressoando em cada conto que
você lê: “E se fosse possível voltar e despejar tudo? Você o faria?”
Impossível saber.
Mas é delicioso imaginar como seria através da interpretação lírica, veloz,
cômica e condoída dessa delícia de autor, diga-se - ao desatar nós de gargantas
femininas. Mais que um manifesto, um exercício de percepção, uma obra cheia de
histórias de amor, às vezes, sem amor.
Como deu pra perceber eu amei
o livro né, que foi um presente da linda da Dayse Aguiar, que me fez passar
esse momento tortuoso, mas deliciosa que é ler Gabito Nunes. (#drama.eu).
Então vou me despedir com um
trecho do livro pra fazer vontade em vocês! Rs, pra quem já leu me contem o que
acharam!
"Eu não sabia o porquê de
estar ali depois de, sei lá, uns novecentos dias. E você, tão lord e super
discreto, exatamente como novecentos dias atrás, também nem perguntou. Ficamos
ambos parados e quietos, pensando muito. Eu e meu punho cerrado e apoiado na
bochecha, você futucando alguma coisa no cotovelo com a cara séria e entediada.
Como numa cena de fluxo lento. Fazia muito tempo que a gente não se via depois
que tudo deu errado [...].
[...] Mas agora já não sei o
que fazer com isso, só sei da minha vontade de fazer um brinde ao nosso
reencontro e te beber inteiro sem receio de me afogar outra vez. Mas você fica
inerte, deixando bem claro que estou abaixo de uma ferida de cotovelo, talvez
tentando proteger aquela parte do corpo que já tanto doeu.
Talvez seja só uma dívida com meu ego mimado,
mas eu sinto tesão. Eu quero agora. Se não for por reconciliação, que seja de
despedida. Você me vê com um "sim" em cada olho, mas não oculta uma
certa tristeza. E faz uma cara como dizendo que desse jeito não vai dar. Mas eu
quero muito, então faço uma cara de não se preocupe, deixa que eu dou, do meu
jeito.”
Espero que tenham gostado!
Beijinhos!
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